Na Figura 1, referentes às 20 estações (sub-bacias) localizadas na bacia do rio das Velhas, apresentam-se o comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem (fenômeno não linear), onde observa-se valores decrescentes da vazão específica máxima diária anual com o aumento da área de drenagem das sub-bacias. Dentre algumas das razões que provocaram esta tendência citam-se:
a) | nas cabeceiras, em geral, concentram-se as maiores precipitações e as maiores declividades dos cursos d'água |
b) |
à medida que o comprimento do curso d'água aumenta, maior é o amortecimento do escoamento devido aos efeitos do armazenamento e maior atrito com o leito |
c) |
o efeito do armazenamento é marcante para os cursos d'água nos quais ocorre extravasamento e, em geral, a redução da vazão específica varia com o aumento da área de drenagem da bacia |
Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem das sub-bacias |
Segundo os autores, a ocorrência de valores das vazões específicas médias máximas na região II (0,10 a 0,13 m3/s.Km2) inferiores aos valores encontrados na região I (0,11 a 0,24 m3/s.Km2), possivelmente seja explicada pelas maiores declividades dos cursos d'agua e pluviosidade mais elevada devido aos efeitos orográficos da Serra do Espinhaço, a qual apresenta as maiores altitudes à sudeste, nas cabeceiras do rio das Velhas (divisa da bacia hidrográfica do rio São Francisco com a bacia do rio Doce).
Comentário sobre transferência espacial de vazões através da vazão específica.
É importante ressaltar que o comportamento da vazão máxima com a área de drenagem observado na bacia do rio das Velhas, com exceção da bacia do rio Jequitinhonha, predominou nos demais estudos hidrológicos desenvolvidos nas regiões hidrográficas mineiras, incluindo aí, a área baiana que compreende as bacias do leste, e a área capixaba das bacias dos rios Doce, São Mateus, Barra Seca e Itaúnas.
Vale, também, destacar que na bacia do rio das Velhas, as vazões médias e mínimas apresentaram, de um modo geral, comportamento similar, porém, com inclinações menos acentuadas na curva da vazão específica, quando comparadas com as vazões máximas.
Assim sendo, recomenda-se cautela na transferência espacial de vazões na bacia do rio das Velhas com base na vazão específica, principalmente, para as sub-bacias localizadas na região I (das cabeceiras do rio das Velhas até a confluência com o rio Jequitibá).