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Consulta Informativa

- Comportamento da vazão máxima com a área de drenagem na bacia do rio Paraíba do Sul e Itabapoana em Minas Gerais

Na Figura 1, referentes às 29 estações (sub-bacias) localizadas nas sub-bacias do rio Paraíba do Sul, no Estado de Minas Gerais, apresentam-se o comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem (fenômeno não linear), onde observa-se valores decrescentes da vazão específica máxima diária anual com o aumento da área de drenagem das sub-bacias. Dentre algumas das razões que provocaram esta tendência citam-se:

a) nas cabeceiras, em geral, concentram-se as maiores precipitações e as maiores declividades dos cursos d'água
b)
à medida que o comprimento do curso d'água aumenta, maior é o amortecimento do escoamento devido aos efeitos do armazenamento e maior atrito com o leito
c)
o efeito do armazenamento é marcante para os cursos d'água nos quais ocorre extravasamento e, em geral, a redução da vazão específica varia com o aumento da área de drenagem da bacia

Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem das sub-bacias

Segundo os autores, a ocorrência de valores das vazões específicas médias máximas na região I (0,10 a 0,20 m3/s.Km2) inferiores aos valores encontrados na região II (0,06 a 0,17 m3/s.Km2) e região III (0,10 a 0,17 m3/s.Km2), possivelmente seja explicada pelas maiores declividades dos cursos d'agua e pluviosidade mais elevada devido aos efeitos orográficos da Serra da Mantiqueira, a qual apresenta, de um modo geral, maior predominância de altitudes elevadas à sudoeste, nas cabeceiras do rio Preto (divisa dos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro).

Comentário sobre transferência espacial de vazões através da vazão específica

É importante ressaltar que o comportamento da vazão máxima com a área de drenagem observado nas sub-bacias do rio Paraíba do Sul, no Estado de Minas Gerais, com exceção da bacia do rio Jequitinhonha, predominou nos demais estudos hidrológicos desenvolvidos nas regiões hidrográficas mineiras, incluindo aí, a área baiana que compreende as bacias do leste, e a área capixaba das bacias dos rios Doce, São Mateus, Barra Seca e Itaúnas.

Vale, também, destacar que nas sub-bacias do Paraíba do Sul, em Minas Gerais, as vazões médias e mínimas apresentaram, de um modo geral, comportamento similar, porém, com inclinações menos acentuadas na curva da vazão específica, quando comparadas com as vazões máximas.

Assim sendo, recomenda-se cautela na transferência espacial de vazões nas sub-bacias do rio Paraíba do Sul, em Minas Gerais, com base na vazão específica, principalmente, para sub-bacias com área menor que 1500 km2. É oportuno salientar que nesse intervalo estão inseridas importantes sub-bacias do Paraíba do Sul, quais sejam: nascentes do rio Pomba até à confluência com o rio Paraopeba, nascentes do rio Paraíbuna até a confluência com o rio do Peixe, nascentes do rio Muriaé até a confluência com o rio Glória, rio Preto até a estação de Parapeúna e rio Novo.
 

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Fonte: EUCLYDES et al. (2010q2)