Analisar as relações existentes entre as vazões mínimas e as médias e, também, as relações e os desvios existentes entre as vazões mínimas, nas séries temporais das estações localizadas na bacia do rio Paracatu.
Foram utilizados os dados hidrológicos de 23 estações (sub-bacias) localizadas na bacia do rio Paracatu abrangendo o período de série histórica de 1970 a 2006. Os valores das vazões médias diárias anuais (Qmlp) foram calculados usando dados das séries históricas de cada estação fluviométrica. Já os valores das vazões caracterizadas pela freqüência (vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos (Q7,10) e vazão de 95 % da curva de permanência (Q95), foram obtidos com base em estatística hidrológica com apoio do aplicativo de regionalização hidrológica, RH versão 4.0.
Na Figura 1, encontram-se as localizações geográficas das 23 sub-bacias estudadas nas três regiões hidrologicamente homogêneas identificadas, para as vazões médias e mínimas, na bacia do rio Paracatu.
As Figuras 2 e 3 ilustram graficamente (arquivo de saída do RH4.0), o ajuste da distribuição de probabilidades log-normal a três parâmetros aos dados das vazões mínimas da estação de Porto Alegre e a curva de permanência das vazões diárias do rio Preto, na estação Porto das Poções, respectivamente.
Os índices de vazões mínimas foram estimados empregando-se as equações:
a) | r7,10 = Q7,10 /Qmlp (relação entre vazão mínima 7 dias de duração e período de retorno de 10 anos e a vazão média) |
b) |
rcp95 = Q95 /Qmlp (relação entre a vazão de 95% da curva de permanência e a vazão média) |
c) |
rm = Q7,10 /Q95 (relação entre a vazão Q7,10 e a vazão Q95) |
d) |
Desvios entre Q7,10 e Q95 (desvios entre os valores das vazões mínimas) |
Figura 1 - Localização das sub-bacias estudadas nas regiões hidrologicamente homogêneas identificadas para as vazões médias e mínimas |
Figura 2 - Ajuste da distribuição log-normal III às vazões mínimas do rio Paracatu em Porto Alegre |
Figura 3 - Curva de permanência das vazões diárias do rio Preto em Porto das Poções |
Na Tabela 1 estão apresentadas as sub-bacias estudas, a área de drenagem, os valores da vazão média e das vazões mínimas, as relações percentuais e o desvio entre as vazões, nas três regiões homogêneas identificadas na bacia do rio Paracatu. Já as Figuras 4 a 7 mostram graficamente as relações percentuais e o desvio entre as vazões. Analisando-as, conjuntamente, verifica-se que, de um modo geral, os índices das vazões mínimas apresentaram variações de maior amplitude nas regiões I e III, e de menor amplitude na região II. Nas três regiões, em conjunto, os índices das vazões mínimas estudadas apresentaram as variações:
a) | r7,10: a vazão Q7,10 varia em torno de 6 a 18% da vazão média |
b) |
rcp95: a vazão Q95 varia em torno de 10 a 25% da vazão média |
c) |
rm: a vazão Q7,10 varia em torno de 45 a 96% da vazão Q95 |
d) |
Desvios entre Q7,10 e Q95: os valores das vazões estão próximos para pequenas bacias de drenagem e a vazão Q95 apresenta valores superiores à vazão Q7,10 com o aumento dos valores das áreas das sub-bacias. Vale ressaltar que a vazão mínima Q95 caracteriza uma situação de permanência, enquanto a vazão Q7,10 indica uma situação de estado mínimo |
Tabela 1 - Sub-bacias estudadas, áreas de drenagem, vazões médias e mínimas e relações percentuais entre as vazões estudadas, nas três regiões hidrologicamente homogêneas |
Figura 4 - Gráficos da relação Q7,10 / Qmlp |
Figura 5 - Gráficos da relação entre Q95 / Qmlp |
Figura 6 - Gráficos da relação entre Q7,10 / Q95 |
Figura 7 - Gráficos dos desvios Q7,10 e Q95 |