Nesse estudo o balanço entre disponibilidade e demanda hídrica foi realizado com base na disponibilidade hídrica per capita, expressa pelo quociente entre a vazão média e a população existente na bacia (m3/hab. ano).
Sabe-se que esse indicador não reflete a real disponibilidade hídrica, ou seja, a efetiva quantidade de água disponível para uso, uma vez que a vazão média não está disponível em todas as circunstâncias. Entretanto esse indicador tem sido utilizado nos meios técnicos e científicos para indicar a distribuição da água em relação a população existente em uma região hidrográfica.
A população da bacia do rio Jequitinhonha em Minas Gerais é de 783.370 habitantes, sendo aproximadamente 56% em áreas urbanas. A densidade demográfica da bacia é de aproximadamente 11,9 hab/km2. A Tabela 1 apresenta a área da bacia do rio Jequitinhonha, a distribuição da população na bacia, a vazão média e a disponibilidade hídrica per capita, no Estado de Minas Gerais.
Área (km2) | População (hab) (1) | Vazão média (Qmlp) (2) | Disponibilidade hídrica per capita | |||
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Urbana | Rural | Total | m3/s | L/s.km2 | m3/hab.ano | |
65.702 | 437.378 | 345.992 | 783.370 | 419 | 6,4 | 16.868 |
A disponibilidade hídrica per capita na bacia do rio Jequitinhonha é de 16.868 m3/hab.ano o que caracteriza uma situação considerada Rica ( próxima do limite da classe da situação considerada suficiente), haja vista a Tabela 2, que classifica a disponibilidade hídrica em função do número de habitantes, tendo por base a classificação adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para traçar o quadro mundial. Na Figura 1 observa-se a localização das sedes municipais e a rede hidrográfica dos afluentes principais na bacia hidrográfica do rio Jequitinhonha, e na Figura 2 a contribuição percentual da população.
Disponibilidade hídrica por habitante (m3/hab.ano) | Situação |
---|---|
< de 1.000 | Estresse de água |
1.000 a 2.000 | Regular |
2.000 a 10.000 | Suficiente |
10.000 a 100.000 | Rico |
> 100.000 | Muito rico |
Figura 1 - Localização das sedes municipais |
Figura 2 - Contribuição percentual da população |
Objetivando apresentar um panorama desse indicador no Estado de Minas Gerais, a Figura 3 apresenta, por regiões hidrográficas, a disponibilidade hídrica per capita. De acordo com estudos realizados no âmbito do programa HIDROTEC em 2002, a vazão média gerada no Estado foi de 6.495 m3/s. Para uma população estimada pelo IBGE, em 2002, de 18.300.000 habitantes, o Estado de Minas Gerais encontra-se numa situação considerada rica (próxima do limite da classe da situação considerada suficiente), com uma disponibilidade hídrica per capita de 11.193 m3/hab.ano.
A situação mais crítica associada a uma concentração populacional elevada é observada na região hidrográfica do rio das Velhas com 2.432 m3/hab.ano, seguida da parte mineira da região hidrográfica do rio Paraíba do Sul, com 7.303 m3/hab.ano. Contrastando com esses valores, observa-se na região hidrográfica do rio Paracatu, o maior índice de disponibilidade per capita do Estado, de 60.627 m3/hab.ano, e em seqüência a região hidrográfica do Alto Médio São Francisco com 24.050 m3/hab.ano.
Vale destacar que, no Brasil, a disponibilidade hídrica, per capita, varia de 1.835 m3/hab/ano na bacia hidrográfica do Atlântico Leste 1 (sub bacias 50 a 53) à 628.938 m3/hab/ano na bacia Amazônica.
Figura 3 – Disponibilidade hídrica per capita nas regiões hidrográficas mineiras |
OBS: Essa Consulta Informativa foi
identificada no ATLAS como "Indicador de sustentabilidade" para o
monitoramento da gestão dos recursos hídricos nessa região hidrográfica.