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Consulta Informativa

- Comportamento da vazão máxima com a área de drenagem na bacia do rio Jequitinhonha

Na Figura 1, referentes às 22 estações (sub-bacias) localizadas na bacia do rio Jequitinhonha, apresentam-se o comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem, onde observa-se valores decrescentes da vazão específica máxima diária anual com o aumento da área das sub-bacias (região I) e, valores crescentes da vazão específica máxima diária anual com o aumento das áreas das sub-bacias (regiões II e III).
 

Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as  áreas de drenagem das sub-bacias
Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem das sub-bacias

Considerações sobre o comportamento hidrológico nas três regiões hidrologicamente homogêneas identificadas para vazão máxima, na bacia do Jequitinhonha

- Região I (cabeceiras do rio Jequitinhonha): correspondente ao Alto Jequitinhonha, sofre influência do regime continental tropical, e apresenta índice pluviométrico da ordem de 1.600mm. A sua topografia elevada e muito acidentada interfere de modo significativo no clima da região, amenizando as temperaturas e gerando eventos pluviométricos de características orográficas e convectivas. Tal fenômeno provoca uma diminuição na precipitação de montante para jusante, e faz com que a vazão específica diminua com o tamanho da bacia;

- Região III (confluência dos rios Jequitinhonha e Araçuaí até a foz do Jequitinhonha): sofre influência do regime marítimo tropical, e apresenta índices pluviométricos anuais variando de 1.000mm a 1.600mm na medida em que se deslocam para o litoral. Acredita-se que tal fenômeno faça com que a vazão específica aumente com o tamanho da bacia; e

- Região II (cabeceiras do rio Araçuaí até a confluência com o rio Jequitinhonha): com predominância de relevo mais suave que a região I e, por apresentar comportamento da vazão específica semelhante ao da região III (aumento da vazão específica com o tamanho da bacia), acredita-se que essa região, esteja também, sob a influência do regime marítimo tropical.

Comentário sobre transferência espacial de vazões através da vazão específica

Recomenda-se cautela na transferência espacial de vazões na bacia do rio Jequitinhonha com base na vazão específica, principalmente, para sub-bacias com área menor que 20.000 km2 (intervalo com inclinações mais acentuadas da curva da vazão específica, nas regiões I e II). É oportuno salientar que nesse intervalo estão inseridas importantes sub-bacias do Jequitinhonha, quais sejam: nascentes do rio Jequitinhonha até à confluência com o rio Salinas, nascentes do rio Araçuaí até a confluência com o rio Jequitinhonha (toda área da região II), rio Salinas, rio Vacarias e rio Itacambiruçu.

É importante destacar que o comportamento da vazão específica máxima diária anual com a área de drenagem (aumento da vazão específica com o tamanho da bacia) observado nas regiões II e III não ocorreu nos demais estudos hidrológicos desenvolvidos nas regiões hidrográficas mineiras, incluindo aí, a área baiana que compreende as bacias do leste, e a área capixaba das bacias dos rios Doce, São Mateus, Barra Seca e Itaúnas.



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Fonte: EUCLYDES et al. (2011d1)