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Consulta Informativa

- Comportamento da vazão máxima com a área de drenagem na bacia do rio Grande em Minas Gerais

Na Figura 1, referentes às 58 estações (sub-bacias) localizadas na região hidrográfica do rio Grande, em Minas Gerais, apresentam-se o comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem (fenômeno não linear), onde observa-se valores decrescentes da vazão específica máxima diária anual com o aumento da área de drenagem das sub-bacias. Dentre algumas das razões que provocaram esta tendência citam-se:


a) nas cabeceiras, em geral, concentram-se as maiores precipitações e as maiores declividades dos cursos d'água
b)
à medida que o comprimento do curso d'água aumenta, maior é o amortecimento do escoamento devido aos efeitos do armazenamento e maior atrito com o leito
c)
o efeito do armazenamento é marcante para os cursos d'água nos quais ocorre extravasamento e, em geral, a redução da vazão específica varia com o aumento da área de drenagem da bacia

Comentário:

Por apresentar mais de uma variável independente, além da área de drenagem nos ajustamentos dos modelos de regressões das vazões específicas, nas regiões I e II, a variação da vazão específica média máxima com a área de drenagem das sub-bacias desta regiões, não estão apresentadas na Figura 1.

Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as  áreas de drenagem das sub-bacias
Figura 1 - Comportamento das vazões específicas máximas diárias anuais com as áreas de drenagem das sub-bacias

Comentário sobre transferência espacial de vazões através da vazão específica

É importante ressaltar que o comportamento da vazão máxima com a área de drenagem observado na região hidrográfica do rio Grande, no Estado de Minas Gerais, com exceção da bacia do rio Jequitinhonha, predominou nos demais estudos hidrológicos desenvolvidos nas regiões hidrográficas mineiras, incluindo aí, a área baiana que compreende as bacias do leste, e a área capixaba das bacias dos rios Doce, São Mateus, Barra Seca e Itaúnas.

Vale, também, destacar que na região hidrográfica do rio Grande, em Minas Gerais, as vazões médias e mínimas apresentaram, de um modo geral, comportamento similar, porém, com inclinações menos acentuadas na curva da vazão específica, quando comparadas com as vazões máximas.

Assim sendo, recomenda-se cautela na transferência espacial de vazões na região hidrográfica do rio Grande, em Minas Gerais, com base na vazão específica, principalmente, para sub-bacias com área menor que 3.000 km2. É oportuno salientar que nesse intervalo estão inseridas importantes sub-bacias do rio Grande em Minas Gerais, quais sejam: nascentes do rio Grande até a confluência com a represa de Camargos, nascentes do rio Aiuruoca até a confluência com a represa de Camargos, nascentes do rio Verde após a confluência com o rio Lambarí, nascentes do rio das Mortes até a confluência com o rio Carandaí, nascentes do rio Sapucaí até confluência com o rio Sapucaí- Mirim, e Verde ou Feio até a confluência com a represa de Água Vermelha.



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Fonte: EUCLYDES et al. (2004)