Modalidade do uso | Captação de água em um corpo de água |
Finalidade | Irrigação por aspersão |
Sistema de aspersão | Pivô central com emissores LEPA |
Eficiência do sistema | 90% |
Cultura | Café |
Área do projeto | 50 ha |
Bacia principal | Rio São Francisco |
Sub-bacia |
Rio Paracatu |
Curso d'água |
Ribeirão Santa Fé de Minas |
Empreendimento | Projeto Brasilândia |
Município |
Santa Fé de Minas |
Coordenadas |
16º 46' S e 45º 39' W |
Área de drenagem à montante do local de interesse |
327 km2 |
Vazão medida no local (12/08/2007) |
0,264 m3/s |
Procedimento de transferência espacial de informação utilizado: “ Transferência de informações da regionalização hidrológica” tendo em vista que o valor da área de drenagem de interesse (327 km2) está inserido no intervalo utilizado na regionalização hidrológica para a bacia do rio Paracatu (249 a 42.367 km2).
1) Utilizar o sistema SAGA, opção "Modelos ajustados por curso d' água" (Figura 1);
2) A transferência espacial das variáveis e funções hidrológicas será realizada por meio do procedimento "transferência espacial da regionalização hidrológica" {(valor da área da sub-bacia a montante do local de interesse (327 km2) se encontra fora do intervalo utilizado na regionalização hidrológica (983 km2 para vazões mínimas e médias)}.
Figura 1 -Consulta espacial: "Modelos ajustados por curso d'água"
válidos para o ribeirão Santa Fé e afluentes - Bacia do Paracatu Fonte: http://www.atlasdasaguas.ufv.br/paracatu/Modelo_Ajustado/Modelo_Ajustado.html |
Tabela 1 - Modelos válidos para o ribeirão Santa Fé, de interesse para outorga, extraídos da Figura 1
Variáveis hidrológicas |
- Modelos ajustados |
---|---|
Vazão média de longo período (m3/s) | Qmlp = 0,0045 . ( A)1,0855 |
Vazão mínima de sete dias e Tr=10(m3/s) | Q7,10 = 0,0002 . (A)1,1896 |
Volume de armazenamento necessário a regularização da vazão máxima possível de ser regularizada (Hm3) | Vreg max = 0,1278 . (A)1,0855 |
Volume de armazenamento necessário a regularização da vazão residual 70% Q7,10 (Hm3) | Vreg min = 7,00E-07 . (A)1,4889 |
Vazão máxima diária anual para o período de retorno de 50 anos (m3/s) | Qmax50 = 1,5781 . (A)0,7272 |
Inserindo o valor da área da bacia (A = 327 km2) nos modelos ajustados, encontra-se:
Qmlp | 2,414 m3/s |
Q7,10 | 0,196 m3/s |
Vregmax | 68,560 Hm3 |
Vregmin | 0,004 Hm3 |
Qmax50 | 106,344 m3/s |
Os dados climáticos foram obtidos a partir de
simulações realizadas pelo software IRRIPLUS 2.25 desenvolvido pela empresa Irriplus Equipamentos Científicos/Grupo de Estudos e Soluções para a Agricultura Irrigada (GESAI - DEA/UFV). Os dados
da
ET0
(mm/dia) gerados para o município de Santa Fé de Minas- MG estão apresentados
na última coluna da Tabela 2.
Tabela 2. Dados climáticos médios mensais para Santa Fé de Minas – MG
Mês |
Tmed (°C) |
Tmax (°C) |
Tmin (°C) |
Rs (MJ/m2/dia) |
UR (%) |
u2(m/s) |
ET0 (mm/dia) |
JAN |
25,8 |
30,6 |
19,2 |
22,2 |
75,7 |
1,72 |
4,84 |
FEV |
26,1 |
30,9 |
19,2 |
23,9 |
74,2 |
1,78 |
5,17 |
MAR |
26,8 |
32,1 |
18,9 |
23,1 |
70,4 |
1,79 |
5,13 |
ABR |
25,5 |
30,7 |
17,9 |
19,6 |
74,1 |
1,74 |
4,14 |
MAI |
23,4 |
29,3 |
14,7 |
17,1 |
72,4 |
1,71 |
3,38 |
JUN |
22,8 |
29,1 |
13,0 |
16,2 |
68,3 |
1,84 |
3,21 |
JUL |
22,5 |
28,8 |
12,2 |
17,4 |
63,2 |
2,09 |
3,63 |
AGO |
24,8 |
31,3 |
13,8 |
20,3 |
55,4 |
2,11 |
4,73 |
SET |
26,1 |
32,0 |
16,2 |
20,5 |
59,2 |
2,29 |
5,15 |
OUT |
26,0 |
31,0 |
18,4 |
21,6 |
69,0 |
2,08 |
5,01 |
NOV |
25,3 |
29,9 |
18,6 |
20,2 |
77,6 |
2,02 |
4,46 |
DEZ |
25,0 |
29,6 |
19,1 |
19,4 |
79,5 |
1,75 |
4,21 |
A evapotranspiração da cultura (ETc) é obtida pelo produto entre ET0, o coeficiente de cultura (kc), o coeficiente de estresse hídrico (ks) e, no caso da irrigação por pivô central com emissores LEPA, o coeficiente de localização (kl), que faz o ajuste da quantidade de água usada pelas plantas quando não se irriga a área total ou ela não é totalmente coberta pela copa das plantas.
Adotando-se o maior valor da ET0 média mensal indicada na Tabela 2 (período crítico de demanda), 5,17 mm/dia (mês de fevereiro), kc igual a 1,00 (cafeeiro adulto na região); ks igual a 0,95 (irrigação de alta frequência); e coeficiente de localização igual a 0,71 (50% de área sombreada pela cultura), estima-se a ETc, que, nesse caso corresponde a 3,49 mm/dia, para a época de maior demanda.
A lâmina bruta de irrigação é obtida pela razão entre a ETc e a eficiência do sistema (EA), 90%, resultando num valor de 3,88 mm/dia. Assim, o equipamento será projetado para aplicar 4,00 mm a cada volta.
Dessa forma, para uma área (A) de 50 ha, lâmina bruta de irrigação (LB) de 4 mm (40 m3/ha) e tempo de volta (ti) de 12 h, obtêm-se uma vazão requerida (Q) de 166,7 m3/h (0,0463 m3/s = 46,3 L/s). Essa é a vazão de projeto demandada pelo sistema, que deverá ser confrontada com a vazão outorgável na seção de interesse do curso d'água.
a) | Demanda: 50 ha de café = 0,0463 m3/s = 46,3 L/s; |
b) |
Disponibilidade de água na seção de interesse
(portaria 010/98 do IGAM): 30% Q7,10 (0,196 m3/s)
≈ 59,0 L/s; |
c) |
Demanda (46,3 L/s) < disponibilidade (59,0 L/s) → condição satisfeita ! (efetuar
os demais procedimentos); |
d) | Identificar e contabilizar as outorgas concedidas a montante da seção de interesse (informações disponibilizadas no site do IGAM); |
e) |
Confrontar as outorgas concedidas a montante com a disponibilidade de água na seção de interesse e, caso haja disponibilidade de água, verificar o impacto desta retirada a jusante; |
f) |
Caso não haja comprometimento da retirada de 46,3 L/s em captações ou obras hidráulicas existentes a jusante da seção de interesse, solicitar outorga de uso de água superficial ao IGAM
por meio do "Relatório Técnico de Água
Superficial". Documentação necessária disponível no site do IGAM e SUPRANS. |
g) | É importante destacar que a
indicação do estudo “Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais” (COPASA/HIDROSISTEMAS,
1993) apresentada no formulário do IGAM: “Captação direta em corpo d’água
superficial” é uma recomendação o que não impede da formalização dos
processos de outorga a utilização de outros estudos que o órgão julgue
consistentes como por exemplo o “Atlas Digital das Águas de
Minas” (Originalmente no formato de CD-ROM e atualmente como website
no endereço: www.atlasdasaguas.ufv.br). |
Figura 2 – Vista de aplicação de água no cafeeiro com pivô central (emissores LEPA) |
ATLAS digital das águas de Minas ; uma ferramenta para o planejamento e gestão dos recursos hídricos. Coordenação técnica, direção e roteirização Humberto Paulo Euclydes. 2. ed. Belo Horizonte : RURALMINAS ; Viçosa, MG : UFV , 2007 . 1 CD-ROM. ISBN 85-7601-082-8. Acompanha manual.