Estabelecer o confronto entre o potencial hidráulico (a fio de água) de uma queda de água (PCH), utilizando a metodologia desenvolvida no ATLAS com o potencial hidráulico da usina da Casquinha, instalada no rio Casca, adotando como descarga firme a vazão média diária de 95% da curva de permanência (Q95), e uma altura de queda (H) de 14,0 m.
Local (seção fluvial) | Rio Casca |
Bacia principal | Rio Doce |
Coordenadas |
20º 04' S e 42º 40' W |
Empreendimento | Usina Hidrelétrica Casquinha |
Proprietário | Universidade Federal de Viçosa |
Município |
São Miguel do Anta - MG |
Área de drenagem á montante do local de interesse |
520 km2 |
OBS: Obra implantada em uma seção fluvial no rio Casca no final da década de 1950 e com inicio de operação em 1960.
Procedimento de transferência espacial de informação utilizado: “Transferência de informações da regionalização hidrológica” tendo em vista que o valor da área de drenagem de interesse (520 km²) está inserido no intervalo utilizado na regionalização para a bacia do Doce (272 a 78.456 km²).
Figura 1 - Mapa da rede hidrográfica do rio Casca a montante da estação fluviométrica de Sao Miguel do Anta e as localizações da Usina da hidrelétrica de Casquinha (barragem de concreto) e da ponte (madeira e pilar de concreto) |
- Estimar a Q95 através do
"modelo ajustado para o rio Casca", onde Q95 = 0,0050. A1,0194 (Figura
2)
- Cálculo: Inserindo o valor da área drenagem (A= 520 km2) no modelo encontra-se Q95 = 2,94m3/s;
Figura 2- Consulta espacial: "Modelos ajustados por curso d'água"
válidos para o rio Casca e afluentes - Bacia do rio Doce
Fonte : ATLAS 2007 |
- Estimar o potencial hidráulico, conforme ELETROBRAS (1985):
P = 7,5 .Q. H (1)
em que:
P é a potencia em KW, Q é a vazão de referencia (m3/s), H é a altura total da queda (m); o fator constante de 7,5 leva em consideração as perdas de carga e o rendimento do grupo turbina-gerador.
- Cálculo: Inserindo o valor da (Q95=2,94) e da altura total da queda (H = 14) na equação anterior encontra-se P = 308,21 KW.
a) | A vazão de projeto de 8,5 m3/s (Figura 2) utilizada no dimensionamento da Usina em 1959 foi superestimada quando comparada com a vazão Q95 = 3,09 m3/s ajustada na curva de permanência de vazões diárias da estação fluviométrica de São Miguel do Anta (Figura 3). |
b) |
Dos três grupos de turbina-gerador previstos no projeto original (Figura
3) foi instalado somente dois grupos, os quais geram atualmente (2007) uma potência de 210 KW
(Figura 7);
|
c) |
Essa potência gerada (210 KW) corresponde a 68,2% do potencial hidráulico (308,21 KW) estimado através da metodologia proposta no Atlas. Provavelmente essa diferença, a menor, esteja relacionada a uma redução nos rendimentos do grupo turbina-gerador (vida útil elevada - 48 anos). |
Figura 4 - Curva de permanência de vazões diárias (1965 - 2007) do rio Casca
em
São Miguel do Anta, utilizada nesse estudo como "ponto de controle".
Figura 5 - Tubulação adução - diâmetro: 2m e
comprimento: 300m |
Figura 6 - Casa de máquina - chaminé de equilíbrio - queda 14m
(inicio de operação 1960) |
Figura 7 - Duas unidades geradoras - potência aproximada de 210KW |
Figura 8 - Vista do transformador e canal de fuga |
No Atlas (2007), com base na experiência adquirida nos estudos de regionalização de vazão desenvolvidos no âmbito do programa HIDROTEC faz-se um alerta sobre erros significativos de predição que podem ocorrerem quando técnicas de "transferência de informações" (com base na vazão específica constante ou por meio de interpolação linear entre duas ou mais estações, proporcionalmente as respectivas áreas de drenagem), são usadas de forma generalizada nas transposição de vazões, em regiões hidrográficas. Ainda, conforme esta referencia, ao realizar essa transferência deve-se considerar que, em geral, a dependência entre área de drenagem e vazão não é linear, e que ao ignorar este fato o técnico poderá estar superdimensionando as obras hidráulicas.