Analisar as relações existentes entre as vazões mínimas e as médias e, também, as relações e os desvios existentes entre as vazões mínimas, nas séries temporais das estações localizadas na bacia do rio Doce.
Foram utilizados os dados hidrológicos de 60 estações (sub-bacias) localizadas na bacia do rio Doce abrangendo o período de série histórica de 1950 a 2010. Os valores das vazões médias diárias anuais (Qmlp) foram calculados usando dados das séries históricas de cada estação fluviométrica. Já os valores das vazões caracterizadas pela freqüência (vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos (Q7,10) e vazão de 95 % da curva de permanência (Q95), foram obtidos com base em estatística hidrológica com apoio do aplicativo de regionalização hidrológica, RH versão 4.0.
Na Figura 1, encontram-se as localizações geográficas das 60 sub-bacias estudadas nas duas regiões hidrologicamente homogêneas identificadas, para as vazões médias e mínimas, na bacia do rio Doce.
As Figuras 2 e 3 ilustram graficamente (arquivo de saída do RH4.0), o ajuste da distribuição de probabilidades log-normal a três parâmetros aos dados das vazões mínimas do rio Doce na estação de Governador Valadares e a curva de permanência das vazões diárias do rio Piranga, na estação de Ponte Nova, respectivamente.
Os índices de vazões mínimas foram estimados empregando-se as equações:
a) | r7,10 = Q7,10 /Qmlp (relação entre vazão mínima 7 dias de duração e período de retorno de 10 anos e a vazão média) |
b) |
rcp95 = Q95 /Qmlp (relação entre a vazão de 95% da curva de permanência e a vazão média) |
c) |
rm = Q7,10 /Q95 (relação entre a vazão Q7,10 e a vazão Q95) |
d) |
Desvios entre Q7,10 e Q95 (desvios entre os valores das vazões mínimas) |
Figura 1 - Localização das sub-bacias estudadas nas regiões hidrologicamente homogêneas identificadas para as vazões médias e mínimas
bacia do Doce |
Figura 2 - Ajuste da distribuição de Weibull às vazões mínimas do rio Doce em Governador Valadares |
Figura 3 - Curva de permanência das vazões diárias do rio Piranga em Ponte Nova |
Na Tabela 1 estão apresentadas as sub-bacias estudas, a área de drenagem, os valores da vazão média e das vazões mínimas, as relações percentuais e o desvio entre as vazões na bacia do rio Doce. Já as Figuras 4 a 7 mostram graficamente as relações percentuais e o desvio entre as vazões. Os índices das vazões mínimas estudadas apresentaram as variações:
a) | r7,10 : a vazão Q7,10 varia em torno de 5% a 38% |
b) |
rcp95 : a vazão Q95 varia em torno de 9% a 46% da vazão média |
c) |
rm : a vazão Q7,10 varia em torno de 32% a a 86% da vazão Q95 |
d) |
Desvios entre Q7,10 e Q95 : os valores das vazões estão próximos para pequenas bacias de drenagem e a vazão Q95 apresenta valores superiores à vazão Q7,10 com o aumento dos valores das áreas das sub-bacias. Vale ressaltar que a vazão mínima Q95 caracteriza uma situação de permanência, enquanto a vazão Q7,10 indica uma situação de estado mínimo |
Tabela 1 - Sub-bacias estudadas, áreas de drenagem, vazões médias e mínimas e relações percentuais entre as vazões estudadas dos rios das bacias do Doce |
Nota: Desvio (%) = [1- (Q7,10 / Q95 )] .100 |
Figura 4 - Gráficos da relação Q7,10 / Qmlp |
Figura 5 - Gráficos da relação entre Q95 / Qmlp |
Figura 6 - Gráficos da relação entre Q7,10 / Q95 |
Figura 7 - Gráficos dos desvios Q7,10 e Q95 |