Átlas Digital das Águas de Minas - Uma ferramenta para o planejamento e gestão dos recursos hídricosÁtlas Digital das Águas de Minas - Uma ferramenta para o planejamento e gestão dos recursos hídricos

Estimativa da disponibilidade / potencialidade hídrica no Alto São Francisco a partir da precipitação

A regionalização das vazões médias, mínimas, máximas e das vazões obtidas da curva de permanência realizada na Bacia do Alto São Francisco, no Estado de Minas Gerais, foi desenvolvida sob dois enfoques. O primeiro denominado Regionalização Hidrológica I /II, utilizou a metodologia segundo a qual as vazões são regionalizadas com base nas estatísticas dos resultados da aplicação da regressão múltipla das vazões com as características físicas e climáticas das sub-bacias da região em estudo (aplicação do software RH3.0). O segundo denominado Regionalização Hidrológica II /II, teve como objetivo avaliar as disponibilidades e as potencialidades hídricas a partir da precipitação pluvial espacializada na bacia hidrográfica.

Para exemplificar o emprego da metodologia foi escolhida uma sub-bacia no Rio Manso, afluente do Rio Paraopeba, em Conceição do Itaguá ( latitude = 20º 09’ 00" , longitude = 44º 15’ 00" ), com 649 km2 de área de drenagem, cuja localização é vista no mapa de precipitação efetiva média pluvial anual (Figura 1). Esta variável espacializada na Bacia do Alto São Francisco foi obtida através do produto da precipitação média pluvial total anual pelo coeficiente de escoamento anual (Pef = Pma .C).

Inicialmente, a partir da Figura 1 determina-se a vazão média de longo período e a partir desta calculam-se as demais vazões, ou seja:

a) Cálculo da vazão média de longo período: por meio da Figura 1 determina-se a precipitação efetiva média pluvial total anual sobre a bacia obtendo-se Pef. = 550 mm. Substituindo-se este valor na equação do modelo selecionado Qmlp = [ 0,0317 (Pef) + 0,0271], e multiplicando pela área da bacia, obtem-se Qmlp = 11,33 m3/s .

b) Vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos: substituindo-se Qmlp na equaçãodo modelo selecionado
, obtem-se Q7,10 = 1,12 m3/s.

c) Vazão máxima diária anual com período de retorno de 50 anos: substituindo-se Qmlp na equação do modelo selecionado
, obtem-se Q50 = 187,84 m3/s.

d) Vazão diária com permanência de 95%: substituindo-se Qmlp na equação do modelo selecionado
, obtem-se Q95% = 2,13 m3/s.

A título de verificação foram calculadas as vazões: Qmlp, Q7,10, Q95% e Q50 utilizando o procedimento Regionalização Hidrológica I /II e comparando com as vazões estimadas neste "exemplo de aplicação" (Regionalização Hidrológica II /II) . Os resultados obtidos encontram-se no Quadro-1 onde estão indicados os desvios entre os valores obtidos nos dois procedimentos.

Quadro 1 – Comparação entre as vazões obtidas pelos dois procedimentos
Quadro 1 – Comparação entre as vazões obtidas pelos dois procedimentos

Os resultados obtidos no "exemplo de aplicação" mostram que o procedimento Regionalização Hidrológica II /II, apresentam resultados ruíns para estimativa da vazão mínima de sete dias de duração e período de retorno de 10 anos (Q7,10) e vazão diária com permanência de 95% (Q95%). Já a vazão média de longo período (Qmlp) e vazão máxima diária anual com período de retorno de 50 anos os resultados foram razoavelmente precisos, podendo ser útil em avaliações preliminares. Para fins de planejamento o procedimento Regionalização Hidrológica I/ II é o mais recomendado.

Figura 1 - Precipitação efetiva média total anual caracterizando a sub-bacia de Conceição do Itaguá
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Fonte: EUCLYDES et al (2001)

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